Reflexões do Covid19

Essa pandemia está mudando bastante a nossa relação com o mundo. O meu propósito de vida é promover a cultura japonesa no Brasil através de grandes eventos, mas eu sinceramente não sei como ficará o meu trabalho depois que tudo isso passar.

Exercer um trabalho de valor, que traga algo de bom para o mundo, é parte importante da minha vida. Essa insegurança no futuro traz desconforto pra mim, e aliás, para todos que estão passando pelo mesmo conflito. O que eu vou fazer da minha vida, se não puder exercer o que eu faço de melhor?

A vida de todo mundo provavelmente vai se dividir entre antes e depois do isolamento social. Nesses dias, tenho pensado muito na minha missão, meus valores, como ajudar as entidades nikkeis, e estou fazendo o que posso, produzindo conteúdos, gerando propostas coletivas, colaborando em diversos projetos e retomando ideias para as quais “nunca tinha tempo”.

Na vida profissional, estou investindo em conhecimentos para colocar em prática um projeto antigo, buscando uma nova área de atuação, pois sei que o setor de eventos e comunicação será especialmente afetado nessa crise. Preciso criar alternativas e estou trabalhando nisso ativamente, como boa virginiana planejadora que sou.

Quanto à vida pessoal, tenho pensado muito na minha mãe, na minha batian, em ficar em casa para protegê-las. Porque se eu morasse sozinha, provavelmente queria estar na rua ajudando as pessoas. E tenho me sentido mais tranquila em relação às próprias cobranças que ainda me fazia. Tenho sido ainda mais leve e carinhosa comigo mesma, me amado e me compreendido mais, e sinto falta dos meus amigos. E sinto falta de memorias, lembranças, amores.

Esses dias eu puxei todos os textos do blog para trazer para cá, e nisso, pude rever vários momentos da minha vida através dos posts. Eu na verdade tenho uma péssima memória para contar a minha própria história (um dos motivos pelos quais o blog é essencial pra mim). Além dos posts que falam de amizades, eventos inesquecíveis e relatos do meu cotidiano, eu sempre falei dos meus relacionamentos por aqui.

Confesso que tinha esquecido completamente que o A. tinha terminado o namoro comigo depois de 3 anos e fiquei super triste e murcha por umas semanas (e mais tarde reatamos até completar 8 anos de relacionamento). O mais louco, que fui compreender depois, é que eu não amava ele, nunca amei, era uma amizade! Se não tivéssemos voltado naquela epoca, o que teria sido da minha vida? É muita loucura!

Também relembrei momentos maravilhosos do meu relacionamento com o Y, de como ele foi a pessoa mais generosa e bem humorada que namorei. E percebi porque eu praticamente não escrevi no periodo em que estive com o O, em um relacionamento abusivo e tóxico. Eu não tinha forças, minha luz tinha apagado, e quando volto a escrever é porque estava me fortalecendo.

E outro ponto que me marcou nos textos foi a saudade que senti, e ainda sinto do R. Foi um relacionamento relâmpago trovejante, mas um brilho intenso no meu coração. Eu me lembro até hoje do olhar dele pra mim, de puro amor, respeito, comprometimento, e é isso que eu busco para minha vida.

Enfim, agora quero me dedicar mais à vida pessoal, à familia e ao relacionamento comigo mesma. Porque se tem uma coisa que estou aprendendo nesse período, é valorizar as coisas certas.

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